“Ter” e “haver”

DÚVIDA RÁPIDA. O uso de “ter” no sentido de “haver” é muito comum no registro informal, mas não é adequado aos textos mais formais. Veja um caso, extraído de texto de articulista de jornal:

Teve celebridades e políticos que aderiram à fúria sem acrescentar nada ao debate (fenômeno conhecido por “acumulação”). 

Em um texto acadêmico ou em uma correspondência formal, não se usa uma construção como essa. O verbo “ter” não é impessoal, isto é, ele requer um sujeito: quem teve alguma coisa? Bem se vê que, no trecho em questão, a intenção era dizer que “houve celebridades e políticos que aderiram à fúria”. O verbo “haver”, no sentido de “existir” ou “ocorrer”, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e permanece na terceira pessoa do singular. Assim:

Houve celebridades e políticos que aderiram à fúria sem acrescentar nada ao debate (fenômeno conhecido por “acumulação”). 

Publicado por Thais Nicoleti

Thaís Nicoleti é formada em português e linguística pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e licenciada pela Faculdade de Educação da mesma universidade.

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