Verbo depois do sujeito

GRAMATICAIS. O verbo concorda com o sujeito, certo? Como nem sempre o sujeito vem imediatamente antes do verbo, de vez em quando alguém se confunde. Daí a importância de saber qual é o sujeito de cada verbo, certo?

Embora a posição mais comum do sujeito seja mesmo antes do verbo, nem sempre isso ocorre. Verbos como “existir”, “restar” ou “sobrar”, por exemplo, costumam aparecer com sujeito posposto a eles: “Existem pessoas cruéis”, “Restamos eu e ele na sala”, “Sobraram duas figurinhas” e assim por diante.

No trecho abaixo, vamos encontrar o verbo “vir” no infinitivo, mas, como esse infinitivo é atribuído a um sujeito explícito, dizemos que se trata de um infinitivo pessoal. Vejamos:

Mais recentemente, viu seu filho tido como favorito, o príncipe Andrew, envolvido em um escândalo sexual, ao vir à tona denúncias de que manteve relações sexuais com uma adolescente de 17 anos, em 2001, vítima do esquema de tráfico sexual do bilionário Jeffrey Epstein.

O infinitivo pessoal possui as flexões de pessoa e número (vir eu, vires tu, vir ele/ela, virmos nós, virdes vós, virem eles). Na primeira e na terceira pessoa do singular, a desinência é inexistente. Vale dizer que é a sua ausência que nos informa que estamos diante de uma dessas duas pessoas (o contexto se encarregará de explicitar qual das duas).

No fragmento acima, o que vem à tona são “denúncias”, no plural. Temos, portanto, um sujeito explícito na terceira pessoa do plural, a pedir a flexão do verbo. Vejamos:

Mais recentemente, viu seu filho tido como favorito, o príncipe Andrew, envolvido em um escândalo sexual, ao virem à tona denúncias de que manteve relações sexuais com uma adolescente de 17 anos, em 2001, vítima do esquema de tráfico sexual do bilionário Jeffrey Epstein.

Publicado por Thais Nicoleti

Thaís Nicoleti é formada em português e linguística pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e licenciada pela Faculdade de Educação da mesma universidade.

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