GRAMATICAIS. DÚVIDA RÁPIDA. Há quem diga que o modo subjuntivo está desaparecendo paulatinamente da língua portuguesa. Será? A depender do que se vê na imprensa, que é uma espécie de registro “medioculto” urbano, pode ser mesmo que seus dias estejam contados. Em todo o caso, vamos insistir mais um pouco nesse recurso da nossa língua.
Hoje trago um título jornalístico dos mais comuns (do ponto de vista gramatical):
Coreano criador de criptomoeda some após rombo de US$ 40 bilhões, mas nega que está em fuga
Observamos o uso do modo indicativo onde caberia o subjuntivo. Em rápidas palavras, o “indicativo” é o modo da certeza, enquanto o “subjuntivo” é o modo da hipótese, da conjectura, da suposição, da suspeita, da possibilidade e da negação. Por isso mesmo, é, por excelência, o modo da subordinação.
Em algumas situações, a diferença entre um modo e outro é bastante clara. “Ele estava satisfeito” é diferente de “Talvez ele estivesse satisfeito”. “Estava” está no modo indicativo; “estivesse” está no modo subjuntivo. Nesse caso, o advérbio “talvez” no início do período induziu o uso do subjuntivo, coisa que ocorre com outras palavras também, entre as quais verbos e nomes que sugerem a ideia de incerteza.
Assim, em vez de “suspeitar que ele desviou dinheiro dos cofres públicos”, dizemos “suspeitar que ele tenha desviado dinheiro dos cofres públicos”. No caso do verbo “negar”, é imprescindível o uso do verbo complementar no modo subjuntivo. Vejamos:
Coreano criador de criptomoeda some após rombo de US$ 40 bilhões, mas nega que esteja em fuga
Parece mesmo que o uso do subjuntivo está desaparecendo no cotidiano. Obrigada, professora Thais, pelo post bastante útil.
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